Iniciativa conjunta dos deputados Claudio Abrantes e Wellington Luiz reuniu representantes de diversas igrejas do DF
A Campanha da Fraternidade deste ano é a reunião de diversas representações religiosas do mundo em torno de um objetivo comum: discutir o saneamento básico. Assim como durante a quaresma, diversas igrejas se reuniram na manhã desta sexta-feira (11) na Câmara Legislativa para celebrar a iniciativa em uma sessão solene.
Promovida em conjunto pelos deputados Claudio Abrantes (Rede) e Wellington Luiz (PMDB), a homenagem lotou o plenário da Casa e concedeu moções de louvor a diversas pessoas que fazem a campanha acontecer e colher frutos no Distrito Federal.
“É muito importante, neste momento de crise que vivemos, que a união das pessoas em torno do bem comum aconteça. E as Igrejas estão dando um exemplo para o mundo da política sobre essa união”, ressaltou Abrantes.
O deputado comemorou também a escolha do tema. “É triste ver que na América Latina há mais celulares do que casas com banheiro. E hoje a temática da sustentabilidade não é uma temática da moda, é algo urgente e uma exigência do nosso planeta”.
Saneamento
O representante do Grupo Ecumênico de Brasília, Isaque Góes, ressaltou que a escolha do tema foi fruto da consciência dos brasileiros. “Falar em saneamento é falar em um conjunto de infraestruturas emergenciais no Brasil, entre elas o esgoto, o manejo de águas pluviais, o consumo, o lixo”, explicou.
Segundo ele, há vários efeitos colaterais da falta de saneamento e são questões sentidas, inclusive, no bolso.
O presidente Comissão de justiça e paz da Arquidiocese de Brasília, José Marcio de Moura e Silva, lembrou que fraternidade significa dialogar, integrar a igreja e a sociedade e encontrar juntos soluções para os problemas – dentro e fora de casa.
A secretária-geral do Conselho Nacional das Igrejas Cristãs no Brasil (Conic), Romi Marcia Bencke, lembrou a parceria internacional da campanha e que falar de saneamento significa falar sobre “modelos de desenvolvimento em curso”.
“Deus nos deu o planeta e estamos destruindo, degradando o meio ambiente. Uma colega de matriz africana me disse uma vez que sem folhas não há o axé. Da mesma forma, para nós, sem água não há o batismo. Precisamos cuidar dessa criação e isso são gestos de fé”.
Campanha
Como nos outros anos, além das discussões cristãs nas igrejas durante a quaresma, a campanha da fraternidade busca também gestos concretos de ação.
Este ano a proposta é participar da criação de leis municipais de saneamento em diversos municípios e também está sendo feita uma petição pública contra a construção de barragens no Rio Tapajós.
“Muitas vezes a igreja chega onde o Estado não chega, seja através de uma pastoral, um missionário, ou de outras formas. Chega em uma família que está largada e, com a palavra de Deus, dá conforto e ajuda. Investindo em um bem maior que vamos melhorar nosso bem comum”, afirmou o deputado federal Roney Nemer (PMDB).
Presente na homenagem, o deputado distrital Chico Leite (Rede) lembrou o exemplo que a campanha dá e completou: “A conduta é que transforma, é a atitude que muda para melhor”.
Para finalizar, o arcebispo de Brasília, Dom Sergio da Rocha, agradeceu o reconhecimento dado ao papel das igrejas e usou uma frase do Papa Francisco sobre a Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016.
“Saneamento é uma condição necessária para a superação da injustiça social e para a erradicação da pobreza, da fome, da mortalidade infantil e das doenças”.
Fotos: Célio Rodrigues
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